Hospitais privados perdem R$ 18 bi na pandemia e podem demitir 350 mil

Desde que o novo Coronavírus chegou ao Brasil, milhares de cirurgias, consultas e exames foram cancelados ou adiadospela pandemia. Enquanto pacientes adoecem em filas, a ociosidade ameaça centenas de clínicas privadas de médio porte, que se preparam para demitir até 350 mil pessoas.

Deverão perder o emprego enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos e trabalhadores da administração — mão-de-obra que poderá fazer falta quando chegar a hora de cuidar dos pacientes que se acumularam durante a pandemia.

Desde o início da crise sanitária, aproximadamente 70% das cirurgias foram suspensas no Brasil, segundo o Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Cerca de 45 mil pessoas podem morrer nos próximos meses por cânceres não tratados nesse período.

A queda no atendimento médico se deve em parte à recomendação da Agência Nacional de Saúde, em 13 de março passado, para que os usuários de planos de saúde adiassem consultas, exames e cirurgias que não fossem urgentes para evitar possível contaminação por Covid-19.

A sugestão foi revista no último dia nove de junho, quando a ANS voltou a recomendar a retomada dos procedimentos. O estrago para os hospitais privados de médio porte, no entanto, estava consumado.

R$ 6 bilhões por mês

O prejuízo de hospitais, clinicas e laboratórios beira os R$ 18 bilhões —são R$ 6 bilhões ao mês que os Planos de saúde deixaram de repassar a eles desde então.

A estimativa é do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo), que colheu os dados de Federações hospitalares estaduais. “Em média, os hospitais tiveram queda de 60% das ocupações, cerca de R$ 6 bilhões ao mês que deixaram de entrar para os prestadores sem os desembolsos dos Planos”, afirmou o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp e ex-presidente da IHF (International Hospital Federation) ao https://noticias.uol.com.br/saude

Fonte: Veja mais em https://noticias.uol.com.br/saúde /Wanderley Preite Sobrinho do UOL- SP / 18.06.2020