COVID 19 e a Abertura das Clínicas e Consultórios Ortopédicos

O advogado LymarkKamaroff aponta os aspectos práticos e jurídicos e os cuidados que os médicos ortopedistas devem ter ao voltar atender seus pacientes.

Muitos médicos têm me questionado: “Lymark, como eu posso voltar a trabalhar sem aumentar o meu risco?Quais são os cuidados que devo ter?”

Inicialmente cumpre ressaltar que muitos profissionais ortopedistas não deixaram de trabalhar neste período, pois os atendimentos emergenciais continuaram, mesmo que em menor número.

Em razão de as pessoas ficarem mais em casa, aumentou o direcionamento da utilização dos hospitais, para o enfretamento da pandemia, fazendo com que o volume cirúrgico e de atendimento clínico diminuíssem drasticamente.

Flexibilização da quarentena

No momento em que escrevo este artigo, vive-se a etapa da flexibilização da quarentena, com início do processo de reabertura das atividades produtivas. Neste cenário, quais os cuidados que o médico ortopedistaprecisa para voltar ao trabalho?

Bom, a primeira coisa é verificar no Decreto Municipalque autoriza aflexibilização se a sua clínica ou o seu consultório poderá abrir. Isto porque muitos destes locais de trabalho se encontram em centros comerciais cuja abertura ainda está proibida e isso impede o retorno às atividades.

Valelembrar que caso o médico decida abrir sem fazer esta checagem antes, pode correr o risco de ser multado e a fiscalização fechar o local. Ou seja, na dúvida, pergunte sempre ao seu contador ou advogado.

Cuidados fundamentais neste “novo normal”

Partindo do princípio que o local esteja autorizado a funcionar, alguns cuidados são fundamentais neste “novo normal”. São eles:

– Uso de propéou tapete higienizador na entrada;

– álcool em gel obrigatório nas mãos do paciente assim que ele adentrar àclínica ou consultório;

– uso de mascará obrigatório para os pacientes e as recepcionistas;

– evitar aglomeração na sala de espera, respeitando o espaço de 1,5m entre cada paciente na recepção;

– higienizar o ambiente com álcool a todo o momento;

– não ter plantas e tapetes na recepção;

– não ter cafeteira (pois o contato coletivo aumenta o risco de contaminação);

– água, somente com copo descartável, devendo a pessoa sempre recolocar a máscara após beber água;

– o médico deve sempre atender com luvas e máscaras e, se for fazer exame físico, poderá usar o faceshield (protetor facial).

Paciente “grupo de risco” X Telemedicina

O médico deve estar muito atento a estes pacientes. Neste caso os cuidados devem ser redobrados, com marcação mais espaçada entre as consultas e com o uso da Telemedicina.

Esta modalidade pode funcionar como um grande aliado neste período de retomada, visto que o seu uso, na modalidade de Teleorientação, poderá poupar tempo e manter o paciente de alto risco na segurança de sua casa, mas com o devido atendimento médico.

Caso haja necessidade de um exame físico ou radiológico, sua consulta será agendada,obedecendo os protocolos de segurança já estabelecidos.

Informação

Outro fato que não poderá ser esquecido. O médico deverá usar os seus meios de comunicação para informar ao seu público a volta às atividades e os protocolos de segurança que passará a adotar neste período, para evitar que os pacientes sejam surpreendidos em sua chegada e que os mesmos possam se sentir seguros ao agendar as consultas presenciais.

E, por fim, a informação no tocante aos procedimentos e cirurgias, caso sejam necessárias neste período, além do Termo de Consentimento Livree Esclarecido para a cirurgia que será realizada, é fundamental um TCLE específico para os riscos da Covid19.

Enfim, são inúmeros os desafios. Mas a Medicina é atividade essencial, os médicos são heróis para a população por sua abnegação e por seu altruísmo na ajuda ao próximo. Assim sendo e considerando que os boletos não entraram em quarentena, programe a sua volta com segurança e seguindo estes cuidados iniciais.

Por LymarkKamaroff – Advogado e Assessor Jurídico da ACCOERJ / lymark@kecadvogados.com / www.kecadvogados.com.br