Plano de saúde da Petrobras tem irregularidades graves, diz Castello Branco

Segundo o presidente da estatal, 18 condenados pela Lava-Jato ainda usam o
benefício, um com gastos de R$ 400 mil no ano passado, e dentistas que
receberam R$ 2 milhões em 2019 na Bahia.

Ao conceder entrevista coletiva em 15 de maio passado, para comentar os
resultados do primeiro semestre da Petrobras, que teve prejuízo recorde de
R$ 48,5 bilhões no período, o presidente da empresa, Roberto Castello
Branco, revelou que foram identificadas várias irregularidades no Plano de
saúde da companhia. “Comparando com os Planos de estatais, o nosso é 2,5
vezes o custo por vida coberta do Banco do Brasil e 1,5 vez o da Caixa, que
não são modelos de eficiência”, disse.
Irregularidades
Entre as irregularidades, Castello Branco citou 18 condenados da Lava-Jato
ainda utilizando o Plano de saúde. “Um deles usou R$ 400 mil no ano
passado. Dentistas na Bahia recebiam mais R$ 2 milhões”, ressaltou. Segundo
ele, também há uma inadimplência de R$ 379 milhões de segurados que não
pagavam suas mensalidades, em prejuízo dos demais. “A qualidade é ruim, na
ouvidoria é o item mais reclamado, com 2,595 mil queixas”, afirmou.
Novo modelo
Por conta disso, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou um
novo modelo de gestão para a Assistência Multidisciplinar de Saúde, que
passará a ser realizada por uma associação civil, sem fins lucrativos, mantendo
a modalidade de autogestão, informou a empresa.
A mudança deve proporcionar eficiência de custos e segregação de riscos da
AMS. Estima-se que haja uma redução de custos da ordem de R$ 6,2 bilhões
nos próximos 10 anos. O plano de implantação e transição será estruturado no
próximos meses. Cabe destacar, que não haverá alteração do benefício ou da
sua abrangência com a transferência para o novo modelo de gestão, que trará
ganhos em tecnologia, governança e compliance, em alinhamento às melhores
práticas de mercado e de acordo com as exigências da ANS (Agência
Nacional de Saúde Suplementar)”, ressaltou em nota.
Castello Branco destacou as irregularidades do Plano de saúde, após afirmar
que o foco da companhia é cuidar da saúde dos nossos colaboradores.
“Fizemos testagem total em 25% dos empregados. Apenas 10% estão nos
escritórios e 50% nas equipes de operações”, afirmou.
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/ por Simone Kafruni / 15.05.2020