Vamos falar de Osteoporose?

O ortopedista e traumatologista Rodrigo Galdino de Paula aborda de forma prática as causas, o tratamento e a prevenção desta doença silenciosa (ou assintomática) mais comum em mulheres do que em homens.

 Causas das fraturas

 A Osteoporose é uma doença na qual o osso apresenta uma redução da sua densidade e resistência, havendo, consequentemente, um aumento do risco de fraturas, espontaneamente ou em traumas considerados pequenos, como quedas simples (estando o indivíduo em pé, caindo da própria altura, ou menos).

É uma doença sem sintomas, cujo desfecho dramático e que se procura evitar são as fraturas que acometem, principalmente, o punho, a coluna vertebral dorsolombar, o úmero (osso do braço) e a mais temida de todas o fêmur proximal (quadril). As fraturas acarretam, nas pessoas que as sofreram, redução importante da qualidade de vida, pois muitas perdem, por exemplo, a independência e a capacidade de plena locomoção, podendo suscitar numa avalanche de problemas físicos e emocionais, que muitas vezes, lamentavelmente, culminam com a morte. As ditas espontâneas de fêmur, segundo estatísticas, ocorrem em cerca de 5 a 10% dos casos, ficando a maioria, portanto, associada à queda.

Como evitar as fraturas

Com orientações do ambiente residencial, certamente a maioria das fraturas poderia ser evitada, entre elas os cuidados com a iluminação; instalar apoios para as mãos; retirar obstáculos como tapetes e fios; eliminar ressaltos e evitar produtos no piso que o deixe muito escorregadio. Além, claro, da atenção redobrada com o equilíbrio, principalmente no paciente mais idoso. Deve-se, por exemplo, tratar patologias tipo labirintite que provoca tonteiras e ocasiona acidentes frequentes.

Para ser uma ideia, as fraturas osteoporóticas de quadril estão associadas a cerca de 25% de morte no primeiro ano após a mesma acontecer. Portanto, tratar Osteoporose não é só evitá-las, mas salvar vidas. E depois que uma primeira fratura ocorre, por uma série de fatores, há um aumento significativo do risco de outras acontecerem em sequência.

Osteoporose é mais comum em mulheres do que em homens

Verdade… Numa proporção de 4:1, sendo a menopausa um divisor de águas, quando geralmente a Osteoporose começa a se desenvolver. Existem os fatores de risco que impõem no paciente uma chance aumentada de apresentar a doença, que são: menopausa precoce, tabagismo, uso crônico de corticoides, etilismo, uso crônico de anticonvulsivantes, idade avançada, etnia branca, histórico familiar de osteoporose ou de fratura de quadril dos pais, diabetes, sedentarismo, cirurgia bariátrica, presença de doenças reumáticas autoimunes, doença renal crônica, dentre outras.

Diagnóstico

A Densitometria Óssea é o exame padrão ouro para o diagnóstico da doença e pode ser indicado, anualmente, em mulheres a partir da menopausa e em homens a partir dos 50 anos. A indicação em mais jovens pode ser feita para casos em que há uma fratura compatível com fragilidade óssea (geralmente de osso grande em traumas de baixa energia) ou nos que se enquadre em alguns dos grupos de risco (uso de corticoides ou anticonvulsivantes cronicamente, tabagista, etc.).

Para o diagnóstico, além da Densitometria, o médico assistente deve solicitar exames complementares(laboratoriais e de imagem) direcionados para a avaliação da doença. A partir dos mesmos, após a confirmação, iniciar uma terapia, cujo objetivo único e fundamental é como já descrito, evitar a fratura osteoporótica.

Prevenção e controle

As atividades físicas são importantíssimas e fundamentais para evitar as fraturas, pois melhora a musculatura e ocasiona mais equilíbrio e força, evitando as frequentes quedas. Mas vale ressaltar que as práticas esportivas devem ser sempre orientadas pelo médico especialista e adaptadas às condições de cada paciente. Naqueles que têm problemas cardiopulmonares os exercícios aeróbicos mais vigorosos, na maioria dos casos, são contraindicados.

Com o devido tratamento, associada à prevenção de quedas, consegue-se de maneira satisfatória evitar a ocorrências das fraturas. Geralmente o acompanhamento terapêutico é feito através de medicamentos que atuam no metabolismo ósseo, ocasionando maior resistência e reduzindo assim, o risco de seu acontecimento.

Entre os coadjuvantes fundamentais para a manutenção da saúde óssea destacam-se a suplementação de Cálcio (alimentar ou em comprimidos) e Vitamina D (exposição solar e através de cápsulas).  O controle deve ser feito, pelo médico assistente, para a vida toda.

Osteoporose não tem cura, mas, sim, controleCuidem-se!

O médico ortopedista  traumatologista Rodrigo Galdino de Paula (CRM 5273310-5) é membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), membro da diretoria da Associação Brasileira Ortopédica de Osteometabolismo (ABOOM) e compõe a equipe de especialistas de patologias ortopédicas do COSC (Centro Ortopédico Santa Cruz), localizado no bairro de Santa Cruz, zona oeste do Rio.